GRAVES VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS NA TURQUIA - EXPURGO GENERALIZADO
  17.08.2016
GRAVES VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS NA TURQUIA - EXPURGO GENERALIZADO

Na Turquia está acontecendo uma das mais graves violações de direitos humanos do mundo.

Na noite do 15 de julho de 2016, aconteceu uma tentativa de golpe na Turquia, nas cidades de Istambul e Ancara. Apesar de não parecer ser um golpe militar comum, por causa de muitas estranhezas, condenamos o golpe e declaramos nossa posição em favor da democracia. Esperamos que os militares envolvidos nessa tentativa de golpe sejam detidos, julgados e condenados conforme a lei. 

No entanto, essa tentativa de golpe foi considerada como uma "benção" pelo Presidente Erdogan e Governo Turco para começar o expurgo generalizado no país. Poucas horas após o golpe, as listas com nomes de milhares de pessoas começaram a ser divulgadas como "organizadores de golpe". Tudo indica que, tanto o golpe estranho quanto o fichamento de milhares de pessoas há muito tempo tinham sido planejados e preparados.

Desde que as investigações de corrupção vieram a público, em 17 e 25 de dezembro de 2013, Erdogan culpa Movimento Hizmet por todos os problemas na Turquia. No caso desse golpe não foi diferente, fizeram declarações irresponsáveis e difamatórias acusando o Hizmet por essa tentativa de golpe.  Começando com Fethullah Gülen, o inspirador do Hizmet, todos os membros e simpatizantes do Movimento condenaram o golpe e declararam defender democracia, como há décadas fazem.

Em nenhum sistema democrático com um judiciário independente, seria possível explicar o expurgo em andamento na Turquia, com a destituição, afastamento, demissão, expulsão e até prisão de professores, acadêmicos, empresários, policiais, funcionários públicos, juízes, governadores e até jornalistas; e fechamento de hospitais, escolas, creches, universidades, fundações de ajuda humanitária, associações empresariais, jornais, revistas, sites, televisões, rádios.

Por ser decretado "estado de emergência" e suspendido "convenção europeia de direitos humanos", as pessoas são detidas e instituições fechadas sem abertura de processo legal, sem julgamento e sem direito a defesa. Por não encontrar a pessoa procurada (seja empresários, seja jornalista ou professor), os policiais prendem a esposa, o irmão e até os pais. Há também relatos de tortura e estupro cometidos a presos.

Esperamos que a comunidade internacional não fique indiferente diante dessa situação da violação de todos os acordos internacionais que defendem os direitos humanos, o direito à defesa, a liberdade de expressão e de religião.

Seguem as informações do expurgo em números, até 4 de outubro de 2016.

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FECHADOS/TOMADOS, DEMITIDOS, DETIDOS/PRESOS

104.914 DEMITIDOS***

50.651 DETIDOS

27.239 PRESOS

2.099 ESCOLAS, DORMITÓRIOS E UNIVERSIDADES FECHADOS

1.254 FUNDAÇÕES E ASSOCIAÇÕES FECHADAS

3.465 JUÍZES E PROMOTORES DEMITIDOS

180 ÓRGÃOS DE MÍDIA FECHADOS

120 JORNALISTAS PRESOS

***Este número inclui (1) estaduais funcionários, professores, burocratas e acadêmicos que foram demitidos por gov't portaria nº 672 emitida em 01 de setembro de 2016; (2) acadêmicos que perderam seus empregos após o encerramento de 15 universidades por outro decreto gov't, No. 677, emitida em 23 de Julho, 2016; e (3) os professores cujas licenças foram revogadas pelo Ministério da Educação da Turquia em 19 de julho de 2016. Para obter informações detalhadas, visite: turkeypurge.com/purge-in-numbers e turkeypurge.com/academics-behind-bars

Fonte: www.turkeypurge.com, informações até 4 de outubro de 2016