Um dos assuntos centrais dos estudos sufis é o questionamento sobre quem é o ser humano. O homem universal é apreendido no sufismo como um destinatário dos atributos divinos. A palavra insan, que na língua árabe significa humano, está associada aos valores de proximidade, carinho e amor, cujos sentidos explicitam a relação entre iguais e seu Criador. A questão nuclear do sufismo é: Como contemplaremos a nós mesmos? Rumi, autor e poeta cujas obras têm esse valor universal, responde a essa questão perguntando: “- O que sou eu?” Daí a justificativa pelo crescente interesse por esses questionamentos nos países ocidentais. A obra do enamorado pela humanidade e apaixonado por Deus foi lida por milhões de pessoas, ainda que até meados do século XVIII nada se sabia sobre esse assunto no Ocidente. Nesta ambiência, a música e a arte em geral devem ser expressoes que contemplam o maior número possível de necessidades, reais ou imaginativas, que a alma humana anseia. A Arte deve ser expressão teológica, metafísica e ética, uma ciência humana e social de aplicabilidade de princípios comuns do maior numero possível de valores universais. Protótipos matemáticos, geométricos, arquitetônicos, astrofísicos, propriedades que podem ser observadas em todos os aspectos da criação, desde os átomos até as galáxias O conceito de audição exposto na epígrafe do Prof. A. Danielou extende-se à forma praticada na execucao da musica tradicional e no rito sufi - a Sama -, modos pelo qual acessamos a arte conectada com a vida ativa e contemplativa. O termo estética, utilizado com frequência para aferir nosso gosto pelos estilos, vem do grego e significa apreensão pelo sentido, ou seja, faculdade que dividimos com outros animais e vegetais (sensação). * Autor deste texto é o professor deste curso, Oscar Usman.

“A vibração-som é uma relação ou ritmo que é ao mesmo tempo ideia e forma sensível. Ela é o laço que une pensamento e sua materialização substancial. (…)
A conexão entre a realidade física e os princípios metafísicos pode ser sentida na música como em nenhum outro lugar. A música era, portanto, justamente considerada pelos antigos como a chave para todas as ciências e artes – a ligação entre metafísica e física através da qual as leis universais e suas múltiplas aplicações poderiam ser entendidas.
(DANIÉLOU, 1995, p. 1).”

NOSSO ENCONTRO
Objetivo:
- Vivência teórico-prática da música clássica otomana a partir do uso e interpretação da métrica que define a estrutura melódica nesta tradiçao musical – os makams,
- Uma jornada como participante e ouvinte na cerimônia da sama.

Duração da Atividade:
Encontro dividido em dois períodos, Música Otomana das 10:30 as 13:00 e descrição e vivência da Sama das 14:30 as 17:00.

Público-alvo:
Artista em geral, músicos, arteeducadores, pesquisadores, produtores culturais e interessados em geral.

Metodologia:
Acercamento.