CCBT acompanha Presidente Dilma Rousseff na viagem à Turquia
 
CCBT acompanha Presidente Dilma Rousseff na viagem à Turquia

Presidente Dilma Rousseff realizou visita oficial à Turquia entre os dias 6 e 8 de outubro.

O presidente do CCBT, Mustafa Goktepe, acompanhou a presidente na viagem a convite da Embaixada Do Brasil em Ancara e fez o serviço de tradução e intérprete à Presidente Dilma Rousseff em todas as reuniões durante visita à Turquia, inclusive nas reuniões com Presidente da Turquia Abdullah Gül.

Na ocasião, teve encontros de trabalho com o Presidente Abdullah Gül e diversos ministros turcos e participou de Seminário Empresarial Brasil–Turquia, organizado pela TUSKON-Confederação de Indústrias e Empresários da Turquia e ASEBT-Associação Empresarial Brasil-Turquia.

A Presidente Dilma iIa terá um encontro com o Primeiro-Ministro Recep Tayyip Erdogan também, porém por causa da morte da mãe do Erdogan, este encontro foi cancelado. Presidente Dilma fez uma visita à casa do Primeiro Ministro para apresentar suas condolências.

Em maio de 2010, Brasil e Turquia adotaram o Plano de Ação para Parceria Estratégica, que envolve iniciativas nas áreas de energia, defesa, cooperação agrícola, ciência e tecnologia e promoção cultural.

O diálogo político entre os dois países tem-se intensificado nos últimos anos, como refletido em numerosos encontros de autoridades de alto nível. Brasil e Turquia convergem quanto à defesa do multilateralismo, à busca de soluções diplomáticas para tensões internacionais, à melhor representatividade nas instituições de governança global e ao respeito à diversidade, conforme consagrado na iniciativa da Aliança das Civilizações.

O intercâmbio comercial Brasil e Turquia triplicou desde 2005, atingindo US$ 1,7 bilhão no final de 2010. Em agosto de 2011, a corrente de comércio já ultrapassou o montante de US$ 1,6 bilhão. Encontra-se em negociação a criação de uma área de livre-comércio entre o Mercosul e a Turquia, cujo Acordo-Quadro foi firmado em 2008.

 

Video da presidente Dilma Rousseff em Ancara, na Turquia, chegada ao Palácio Presidencial de Çankaya, onde se encontrou com o presidente Abdullah Gül.

 

O serviço de tradução e intérprete da Presidente Dilma Rousseff durante visita à Turquia foi realizado pelo CCBT–Centro Cultural Brasil-Turquia.

Brasil e Turquia têm posições comuns quanto à defesa do multilateralismo, à busca de soluções diplomáticas para tensões internacionais, à melhor representatividade nas instituições de governança global e ao respeito à diversidade, conforme consagrado na iniciativa da Aliança das Civilizações. O intercâmbio comercial Brasil e Turquia triplicou desde 2005, atingindo US$ 1,7 bilhão no final de 2010. Em agosto de 2011, a corrente de comércio já ultrapassou o montante de US$ 1,6 bilhão. Encontra-se em negociação a criação de uma área de livre-comércio entre o Mercosul e a Turquia, o Acordo-Quadro foi firmado em 2008.

Discurso da Presidente da República, Dilma Rousseff, na cerimônia de encerramento do Encontro Empresarial Brasil-Turquia - Ancara/Turquia

Ancara-Turquia, 07 de outubro de 2011

Em meu nome e em nome de todos os brasileiros, apresento ao senhor ministro Erdogan as nossas mais sinceras manifestações de pesar pela morte da senhora sua mãe. Que descanse em paz!

Senhor ZaferCaglayan, ministro da Economia da Turquia,

Embaixador Antonio Patriota, ministro de Estado, aqui representando todos os ministros que vieram nesta viagem me acompanhando,

Queria cumprimentar o senhor RizanurMeral, presidente da Confederação de Empresários e Industriais, a Tuskon, Senhor Robson Andrade, presidente da Confederação dos empresários brasileiros [Confederação Nacional da Indústria],

Senhoras e senhores empresários,

Senhoras e senhores profissionais da imprensa, cinegrafistas, jornalistas, fotógrafos, Eu queria iniciar saudando as autoridades governamentais, os empresários, os acadêmicos, e todos que trabalham pelo estreitamento das nossas relações. Este encontro demonstra a vitalidade das nossas relações comerciais, mas, sobretudo, mostra o potencial que nós podemos desenvolver, se trabalharmos com afinco, tendo em vista que somos países muito similares e, como disseram os que me antecederam, complementares.

Todos nós aqui sabemos que o mundo enfrenta uma crise sem precedentes. Os países desenvolvidos não encontraram ainda o equilíbrio entre ajustes fiscais apropriados e estímulos necessários para retomar um crescimento equilibrado, nem tampouco definiram os modelos de regulação capazes de resolver a pesada dívida soberana que pesa sobre seus próprios bancos.

A Turquia e o Brasil têm sabido resistir à crise porque apostam no fortalecimento dos seus mercados domésticos, apostam na expansão dos investimentos industriais, agrícolas, em infraestrutura, e também em investimentos sociais que também têm estruturas de coordenação macroeconômica robustas.

Como países emergentes que somos e países que têm muita clareza sobre a importância do crescimento econômico, somos também afetados pelas políticas de reação dos países desenvolvidos à crise, notadamente, a expansão monetária praticada por alguns bancos centrais, o que leva a uma espécie de guerra cambial e compromete os valores das nossas mercadorias.

Essas políticas monetárias, excessivamente expansionistas, têm sido remédio privilegiado que as economias mais desenvolvidas têm buscado nos últimos tempos, e têm como efeito secundário, como eu disse, a valorização artificial das nossas moedas.

Todos nós devemos discutir como fazer para superar esta fase que é uma fase grave da crise internacional, até porque, indiretamente, ela afeta todos nós.

Mas a Turquia e o Brasil podem, sem sombra de dúvida, contribuir no G-20, por exemplo, para o prosseguimento das reformas das instituições econômicas e financeiras internacionais, aumentando a participação de nossos países em decisões que afetam diretamente os nossos povos, e, portanto, evidenciando a importância do reforço da coordenação macroeconômica entre os países.

Na Cúpula de Cannes, Brasil e Turquia devem, juntos, pressionar por resultados concretos, que superem, muitas vezes, a imobilidade política das lideranças envolvidas.

Senhoras e senhores,

Para nossa relação bilateral, a crise nos oferece também uma oportunidade. Reforça tendência de profunda transformação nos fluxos de comércio e investimento. Hoje, as diferentes regiões do mundo se articulam de forma inovadora e criativa.

A crise impõe aos países emergentes uma responsabilidade, a qual certamente nós, Brasil e Turquia, estaremos à altura: a de crescer e continuar expandindo as nossas relações internacionais. Este é, sem dúvida nenhuma, o melhor remédio para as nossas economias.

As oportunidades aqui debatidas certamente vão dar a sua contribuição para a necessária aproximação maior entre os nossos empresários, as nossas diferentes indústrias e as diferentes capacitações tecnológicas de nossos países.

É fato que, entre 2004 e 2010, nosso intercâmbio triplicou. Apenas no primeiro semestre deste ano, alcançamos volume superior a US$ 1,5 bilhão, número equivalente a quase todo o ano de 2010. Se isso, com relação ao passado, é uma conquista, não deve deixar de nos evidenciar que, do ponto de vista dos nossos potenciais e do nosso futuro, é bastante insuficiente.

Nos últimos anos, nós assistimos aos primeiros investimentos mútuos importantes, que revelaram o potencial de uma maior articulação e cooperação produtiva e tecnológica no que se refereàs nossas economias.

Nós temos uma pauta comercial ampla e diversificada. Podemos ampliá-la e diversificá-la ainda mais. Nós e os nossos respectivos graus de desenvolvimento tecnológico favorecem associações empresariais em diversos campos, inclusive para uma atuação conjunta, como muito bem disseram também os que me antecederam, em terceiros países.

A realização da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, no Brasil, abrem grandes oportunidades para os empresários da construção civil da Turquia no Brasil.

Há também enormes possibilidades para a exploração de atividades turísticas. O êxito do voo direto São Paulo-Istambul – com taxas de ocupação superiores a 90% – mostra a forte atração entre nossas culturas, além de constituir-se em importante elemento de aproximação de nossos empresários e de nossos povos.

Esperamos que a paixão turca pelo futebol – mais um sentimento que compartilhamos – possa atrair torcedores turcos aos estádios brasileiros em 2014.

Vamos aprofundar nosso diálogo sobre cooperação energética, tanto na área fóssil, como também na área de energias renováveis, envolvendo desde a participação da Petrobras quanto a participação de outras empresas especializadas em energia renovável na área de biocombustíveis.

Queremos identificar projetos que possam elevar a disponibilidade de recursos energéticos em prol da sustentação do forte crescimento econômico da Turquia. Por isso, acredito que a experiência brasileira na produção e uso de biocombustíveis pode ser de grande valia no objetivo da diversificação sustentável da matriz energética da Turquia.

Senhoras e senhores,

As relações entre o Brasil e a Turquia datam de mais de um século e meio. Nos últimos anos, com a visita do presidente Lula aqui à Turquia e do presidente Erdo?an ao Brasil, e dos diferentes ministros que se mantiveram em contato nesse período, nós estamos estreitando não só as nossas relações comerciais, mas também as nossas afinidades no que se refere à visão de mundo. E isso nos permitiu lançar iniciativas criativas que estreitaram os nossos laços.

Nosso Plano de Ação para a Parceria Estratégica oferece uma moldura para o aprofundamento da cooperação bilateral nos campos da política internacional, da agricultura, da ciência e tecnologia, da energia e do comércio.

A realização deste encontro empresarial, eu tenho certeza, será um marco nas nossas relações porque reforça um dos pilares de dinamismo do nosso relacionamento, que é a força do empresariado aqui da Turquia e do empresariado brasileiro.

Separados geograficamente, nossa distância permite-nos abraçar o mundo. Não podemos permitir que ela nos afaste. Que nossas nações – é o que eu desejo – estejam prontas para levar à frente essa aliança estratégica entre o Brasil e a Turquia.

Muito obrigada.

Fonte: www2.planalto.gov.br

Declaração à imprensa da Presidente da República, Dilma Rousseff, após cerimônia de assinatura de atos - Ancara/Turquia

Ancara-Turquia, 07 de outubro de 2011

* O serviço de tradução e intérprete da Presidente Dilma Rousseff durante visita à Turquia foi realizado pelo CCBT–Centro Cultural Brasil-Turquia.

Senhor presidente Abdullah Gül, presidente da República da Turquia,

Senhoras e senhores integrantes das delegações turca e brasileira, presentes,

Senhoras e senhores profissionais da imprensa,

Senhoras e senhores,

Quero agradecer ao presidente Gül pela gentileza da sua hospitalidade. Minha visita oficial a este país belíssimo que é a Turquia reflete uma nova geopolítica do mundo.

A Turquia e o Brasil são Estados importantes em suas respectivas regiões. Ocupamos espaço crescente no cenário internacional e, juntos, nossas vozes ganham projeção.

Assim como ocorre na Turquia, buscamos em nossa região o crescimento, o aumento de oportunidades e a inclusão social. Defendemos o aprofundamento da democracia e a defesa e a promoção dos direitos humanos. Temos por meta a integração sul-americana com uma cooperação ativa e solidária.

Nós ampliamos os nossos contatos birregionais com a América do Sul, com o Mundo Árabe, com a Ásia, com a África e a Europa, todas elas grandes regiões do mundo, algumas na fronteira com a Turquia.

Ponto de articulação entre civilizações, a sociedade turca é um amálgama dessas múltiplas influências. A identidade nacional brasileira formou-se na confluência de etnias, nacionalidades e culturas, tanto as indígenas – originárias – quanto as que formaram o Brasil, levadas pelas correntes da história. Entre essas, está e destaca-se a contribuição dos povos turcos para o desenvolvimento do Brasil e de sua civilização.

O Brasil e a Turquia são países democráticos e plurais. Temos alcançado índices positivos de desenvolvimento. Coincidimos, na conversa com o Presidente, no estreitamento de relações com a África. Ampliamos redes diplomáticas, aumentamos o nosso comércio, nossa ajuda humanitária e nossa cooperação com outros países do mundo.

O momento de crise aguda, por que passa a União Europeia, nos preocupa. Desejamos para a Europa uma saída rápida da crise, por meio da busca de maior estabilidade macroeconômica, mas também, e, sobretudo, assegurando a retomada do crescimento, da proteção ao emprego e dos segmentos mais vulneráveis das diferentes populações.

Tenho certeza de que no G20 o Brasil e a Turquia – como conversamos eu e o Presidente – serão países que estarão em sintonia na defesa de uma visão mais harmoniosa, democrática e pacífica do mundo. O perfil econômico da Turquia e do Brasil oferece ampla base para uma pauta substantiva no intercâmbio comercial. Nós devemos chegar a US$ 2 bilhões em 2011, e pretendemos realizar mais os nossos potenciais. Hoje, nós nos encontramos em uma conferência empresarial, onde autoridades do governo turco e do Brasil se encontraram junto a uma plateia, uma plenária, de empresários brasileiros e turcos muito qualificada.

Consideramos que isso é um marco no campo das nossas relações, que não são só relações que devem ser comerciais, mas também relações importantes no que se refere à participação de investimentos privados no Brasil, de empresários turcos; e investimentos na Turquia, de empresários brasileiros.

Somos firmes em apoiar aliança de civilizações. Juntos, trabalharemos para garantir que prevaleça a visão construtiva do futuro, contribuindo para atitudes agregadoras, atitudes de tolerância e rejeição à xenofobia. Esse é o nosso propósito de termos aderido à Aliança das Civilizações, que o Brasil teve a honra de sediar em maio de 2010.

Possuímos visão própria de como melhor reduzir as tensões do mundo. É possível, para nós, construir, portanto, uma agenda de crescimento econômico, de desenvolvimento de nossos povos, de paz e segurança eficaz, na qual o isolamento, a punição e o uso da força serão, verdadeiramente, os últimos recursos.

Hoje poucos assuntos são mais importantes do que uma solução para o conflito entre a Palestina e Israel. Sem uma solução para o povo da Palestina também não haverá solução de segurança para o povo de Israel. Essa é uma questão que nós consideramos crucial.

Coincidimos também na visão da importância da Primavera Árabe. O Brasil coincide com a visão expressa pela Turquia na ONU... aliás, sobre a ONU, em que ela precisa se reformar, ela precisa se expandir para se tornar mais representativa e contemplar os diferentes países que passaram a ser atores no cenário internacional.

A distância física entre a Turquia e o Brasil foi reduzida por um voo direto, que vai de Istambul a São Paulo. Esse voo direto permite que essas duas civilizações estreitem não só a troca de pessoas, turistas e empresários, mas também assegura uma forma rápida de relacionamento entre dois povos importantes no cenário internacional.

A visita do primeiro-ministro Erdo?an ao Brasil, em maio de 2010, resultou num plano de ação para a parceria estratégica: ações conjuntas na área de tecnologia, agricultura, energia e comércio exterior. Como países, que somos, ao mesmo tempo, membros da América Latina e da Europa e da Ásia, acreditamos que a Turquia e o Brasil têm muito a ganhar com essa parceria recíproca.

Temos acordo na área de defesa em vigor desde 2007 e queremos aprofundá-lo. Nosso acordo no campo científico também abre grandes oportunidades para os nossos países e, especificamente, na área da saúde, como é o caso do rastreamento de medicamentos.

Gostaríamos também de destacar a importante parceria que podemos ter, e estamos desenvolvendo, na área científica e tecnológica entre o CNPq, brasileiro, e o Conselho de Pesquisa Científico-Tecnológico da Turquia, Tübitak.

Vamos aprofundar nosso diálogo e nossa cooperação. Expressei ao presidente Gül a importância da participação, tanto dos times, mas também do povo e do governo turco, nos eventos da Copa do Mundo de [20]14 e das Olimpíadas de 2016.

Considero que essa aproximação entre o Brasil e a Turquia pelo futebol é um momento importante das nossas relações, pois significa um estreitamento na área do esporte, e nós queremos também destacar, como simbólico, o fato de que o curador da que está ocorrendo hoje, Bienal, lá em Istambul, é um brasileiro. Nós achamos isso simbólico, por isso estamos destacando.

Queríamos dizer também que o paralelismo das nossas visões, o fato de uma parte expressiva do Brasil ter sido formada por pessoas vindas desta região torna a nossa parceria, além de uma parceria econômica, de ciência e tecnologia e cultural, também uma parceria que, como eu disse para o Presidente, estreita laços de parentesco, porque são povos que desfrutam de uma contribuição.

Nós, uma nação nova, temos nas nossas veias correndo muito do sangue aqui da Turquia, e acreditamos que esse fato pode também ser um fator decisivo no nosso relacionamento. Não só nos tempos modernos, mas lembrando as nossas raízes e as nossas origens.

Agradeço imensamente ao Presidente. E, finalmente, queria estender aqui os votos de pesar do povo brasileiro e os meus votos ao primeiro-ministro Erdogan pela passagem da senhora sua mãe. Manifestamos o nosso extremo pesar por esse fato.

Muito obrigada.

Ouça na íntegra o discurso (10min55s) da Presidente Dilma

Fonte: www2.planalto.gov.br

Outros links sobre esta visita:

http://www.youtube.com/watch?v=dg8kXoDqj7k

http://www.youtube.com/watch?v=MlZIDl5ehTc

http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/10/dilma-vai-forum-empresarial-e-se-reune-com-presidente-da-turquia.html

Os acordos assinados: http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/atos-assinados-por-ocasiao-da-visita-da-presidenta-da-republica-dilma-rousseff-a-turquia-ancara-e-istambul-6-a-8-de-outubro-de-2011

Visita ao Memorial de Ataturk: http://www.youtube.com/watch?v=gh_WNVyDTao