Palestra internacional: Cultura humanitária nos processos democráticos dos países emergentes: exemplo da Turquia
Na última década, a Turquia, além de ser um dos países que mais cresceu economicamente, com uma média de 6% ao ano, também foi considerada um exemplo ao mundo muçulmano, especialmente à sua região, conseguindo ter uma democracia em prática sem deixar de ser um país de maioria muçulmana. O AKP (Partido da Justiça e do Desenvolvimento, no governo desde 2002) estava cumprindo suas promessas com as quais se comprometeu na sua fundação em 2001, para levar a Turquia à União Europeia e mudar a constituição por uma mais liberal, democrática e civil. Mas, tudo começou a mudar em 2011. O fundador do partido, primeiro-ministro durante 12 anos e hoje presidente, Recep Tayyip Erdogan, ganhou duas eleições com maioria de votos e teve um resultado muito positivo no referendo em 2010, pela mudança de constituição. Em 2011 começou a mudança do Erdogan e de seu governo em direção de um sistema autoritário. O surgimento da “primavera árabe”, o medo de sofrer levantes populares similares; a ambição para ser líder da região e do mundo muçulmano; e os esquemas de corrupções revelados em dezembro de 2013 foram decisivos ao começo da atuação autoritária do Erdogan e de seu governo. O Movimento Hizmet, inspirado nas ideias do erudito turco Fethullah Gülen, é quem mais sofre da perseguição do governo, por defender democracia. A Turquia, embora com defeitos, possuía uma cultura de democracia desde 1950, mas hoje tem índices baixíssimos na classificação mundial em liberdade de expressão, direitos humanos e funcionamento independente dos poderes. No Brasil, esses princípios da democracia funcionam muito bem, graças às instituições como ABI – Associação Brasileira de Imprensa, anfitriã deste evento. Neste seminário, o jornalista e acadêmico, Ihsan Yilmaz, presidente do Instituto de Istanbul, colunista do jornal Today’s Zaman e professor de sociologia na Universidade de Fatih, em Istanbul; e o jornalista Selçuk Gultasli, representante do grupo do jornal Zaman em Bruxelas, discutirão os desafios pela continuidade da democracia na Turquia. Informações: Data: 26/05/2015 * Inscrições até o dia 25 de maio através do rio@brasilturquia.com.br, encaminhando nome completo, profissão, data de nascimento, telefone e e-mail. Evento é gratuito.
Palestrantes:Ihsan Yilmaz, PhD Tema da palestra: Democracia turca em perigo: Erradicação do sistema de freios e contrapesos. Ihsan Yilmaz é presidente do Instituto Istambul, um think tank com base em Istambul. É professor de Sociologia Política na Universidade de Fatih, em Istambul, na Turquia, onde também é Diretor do Programa de PhD em Ciência Política e Relações Internacionais. Graduou-se como Bacharel em Ciência Política e Relações Internacionais na Universidade de Bósforo (Bogaziçi), em 1994 e terminou seu PhD na Faculdade de Direito e Ciências Sociais, na Escola de Estudos Africanos e Orientais (SOAS), da Universidade de Londres, em 1999. Trabalhou na Universidade de Oxford como bolsista entre 1999 e 2001, lecionou Política e Governo da Turquia, Sociologia Legal, Direito Comparado e Leis Islâmicas na SOAS, na Universidade de Londres entre 2001 e 2008. Foi Vice-Presidente do Centro de Estudos das Minorias Étnicas no SOAS (2003-2008) e o Diretor do Centro Londrino de Estudos Sociais (2003-2008). É autor de (2005) Leis Muçulmanas, Política e Sociedade nos Modernos Estados-Nações: Dinâmico Pluralismo Legal na Inglaterra, Turquia e Paquistão, Aldershot, Ashgate e do Kemalismo ao Erdoganismo: Religião, Estado e Bom Cidadão na Turquia, Istambul, Ufuk. É Colunista do jornal Today’s Zaman, um jornal diário publicado (em inglês) na Turquia e do jornal Meydan, um jornal diário popular na Turquia.
Selcuk Gultasli: Tema da palestra: Processo de adesão da Turquia à UE e o estado das liberdades fundamentais. Selcuk Gultasli estudou Relações Internacionais e Ciências Políticas na Universidade de Bósforo (Bogaziçi), em Istambul. Obteve seu diploma de Mestrado pela Universidade Técnica do Oriente Médio em 2001 com a tese sobre Imprensa Turca e o Processo de Adesão à União Européia. Com sua tese sobre secularismo Europeu, obteve seu segundo Mestrado nos Estudos Europeus da Universidade de Leuven, na Bélgica, em 2003. Após sua formatura pela Universidade de Boğaziçi, começou a trabalhar na mesa de assuntos estrangeiros do jornal diário Zaman, em 1991. Depois de trabalhar como editor de notícias estrangeiras para a versão em inglês do jornal Turkish Daily News por dois anos (1999-2001), foi apontado como chefe de departamento do Zaman Bruxelas, em 2001. É produtor do programa de TV quinzenal para o Samanyolu Haber TV desde 2008, no qual recebe políticos europeus sobre assuntos europeus e relações Turquia-União Européia. Também escreve uma coluna semanal para o maior jornal em circulação da Turquia, o Zaman. |